sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Sopa grega dos pobres.

Sopa grega dos pobres.

Ninguém do governo queria ser grego, nem de perto nem de longe, porque estes davam uma muito má imagem de si, trapalhões, pouco sérios e ainda por cima a deverem muito dinheiro a muita gente. Mas a sorte virou, pois as coisas são o que são e não o que se quer que sejam. Os gregos obtiveram um perdão e peras da sua louca dívida e ainda condições muito boas para poderem pagar qualquer coisita num futuro lá mais para a frente, quase a perder de vista.
Não queriam ser gregos nem mortos. A coisa virou e agora vão mesmo ver-se gregos para darem a volta às afirmações extemporâneas e presunçosas, e posicionarem-se de bom jeito e de mão estendida. Assim já querem da mesma fruta. Pensarão: ou há moral, ou comem todos. Gente avisada! Como dizem os miúdos da rua, é só farol.
Imberbes governantes pescados nos mares da estranja por terem muita competência, uns super-boys, porque por estas paragens os que existiam já tinham tomado rumos mais convenientes, por gostarem muito mais das zonas de conforto nacionais, tipo EDP.
A melhor escola do pensamento liberal não dá mais do que repor a sopa dos pobres, travestida com um belo nome de cantinas sociais. É uma verdade fácil de observar pois o sistema nunca se extinguiu, chegou aos nossos dias a sopa pública dos Anjos, como amostra das necessidades marginais que sempre subsistem. Foi instituída pelo Presidente da República Sidónio Pais na época da grande fome em Lisboa, há quase um século. Um destes dias ainda teremos um neo-grito salazarento, para a África já e em força. Deve parecer-se um pouco como: temos um paraíso que espera pelos melhores de nós, os jovens formados e saudáveis prontos a darem milhões a ganhar, serem úteis aos nossos irmãos da África amiga, é um dever ser gratos portugueses.
Só de pensar dá um arrepio, pois pode bem ser pior. Uma ordem.
Já não tenho dó nem pena de uns ou de outros, começo a pensar que os desempregados e os governantes se merecem, afinal, ninguém em boa verdade é grego, uns porque não se batem pelo que consideram seu de direito, outros, os governantes cá do burgo, nem têm competências de trafulhas como os camaradas gregos.
Reclamam a plenos pulmões, nem mais tempo nem mais dinheiro, é só honestidade, competência e brio pátrio. Se lhes caísse um dente cada vez que mentem em consciência, tínhamos um país de governantes desdentados. Seguramente um bom negócio para as PAPAS gregas já mastigadas. Ficámos em últimos, é o costume.

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